A segunda passagem do técnico Paulo César Carpegiani pelo São Paulo teve início na tarde desta segunda-feira. Com vontade de trabalhar, pediu rapidez na entrevista coletiva e, de cara, disse que chega para reerguer o Tricolor. Mas sem promessas. Embora ache possível o time ainda conseguir uma vaga na Libertadores de 2011, o novo comandante fez questão de não criar expectativas.
- Neste momento, temos de pensar primeiro na vitória. Se a quarta vaga do Campeonato Brasileiro retornar, a diferença para o G-4 será de sete pontos. Caso não volte, essa distância aumenta para 13 pontos, o que é uma diferença muito significativa, até porque os clubes de cima estão ganhando jogos. Não exsiste promessa nenhuma de Libertadores. Agora é vencer o jogo de quarta-feira e depois procurar crescer gradativamente - afirmou o treinador.
Carpegiani diz que o grupo do São Paulo tem condições de fazer uma boa campanha no restante do Campeonato Brasileiro.
- Eu conheço o Rogério (Ceni), que foi meu jogador na minha (primeira) passagem, e o Jorge Wagner, meu atleta no Cruzeiro. Conheço o elenco de enfrentá-lo. Tenho respeito por todos, temos um bom grupo. Há uma ou outra carência, mas agora não tem como solucionar. Estou satisfeito, e, quando tivermos o grupo completo, poderemos fazer um grande trabalho - ressaltou
Quando comandou o Tricolor em 1999, Carpegiani disputou 67 partidas, obteve 40 vitórias, nove empates e 18 derrotas (aproveitamento de 64,1%). Apesar de não ter continuado na época, ele classificou sua passagem como boa e deixou claro que "fatores externos" o impediram de conquistar um título.
- Em 1999, vim de uma Copa do Mundo pelo Paraguai. No Campeonato Paulista, terminamos a primeira fase na primeira colocação, com contagem expressiva de pontos. Na semifinal, fomos eliminados pelo Corinthians, que tinha um bom time, mas para mim foi uma surpresa. Na época, foi um constrangimento ter sido eliminado na semifinal e depois receber o prêmio de melhor treinador do campeonato. No Brasileiro, estávamos na liderança e perdemos cinco pontos por causa daquele famoso caso do Sandro Hiroshi (o atacante estava inscrito na CBF com um documento falso, que adulterou sua idade). Depois, nas semifinais, pegamos o Corinthians de novo e demos azar. O Dida pegou dois pênaltis em um jogo. Não acho que foi uma passagem ruim - lembrou o treinador.
À época, Carpegiani chamou a atenção pela quantidade de improvisações que fazia no time. Ele, inclusive, ganhou o apelido de "Professor Pardal". Questionado sobre o assunto, não concordou.
- Não entendo isso. Sou uma pessoa simples, gosto do futebol bem jogado. Pelas equipes que passei, nunca tive dificuldades. Não improviso no começo. Só em questão de necessidade, e é com coerência. Muitas pessoas que nao sabem o que é uma bola gostam de falar muito. Eu sou uma pessoa ambiciosa, quero ganhar. Se tiver um grande jogador em cada posição, não vou forçar a barra. No Atlético-PR, na maioria das partidas, eu jogava com três atacantes. Se isso é inventar, então pode ser considerado uma invenção.
Gafe no fim da coletiva
Na parte final de sua entrevista, Carpegiani foi questionado sobre a ausência de títulos importantes na sua carreira. Com pressa de ir para o gramado, respondeu sem pensar.
- Talvez não tenha títulos importantes porque tive dificuldades para trabalhar em grandes clubes, que contam com grandes elencos. Estive em seleções que disputaram eliminatórias para Copas e parei por muito tempo. Só trabalho onde me sinto bem. Se não tenho convicção de que vou poder fazer um bom trabalho, nem aceito. Chego ao São Paulo em um momento complicado, mas com esperança de poder mudar - afirmou o treinador.
Na sequência, indo ao gramado, foi questionado sobre a sua resposta, pois no seu currículo de treinador constam passagens por grandes times do futebol brasileiro, como Corinthians, Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras, entre outros. Arrependido, olhou para os jornalistas, pediu desculpas e foi para o campo.
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